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domingo, 28 de agosto de 2016

ATUALIZADO!!! NOVOS VÍDEOS!!! AS MULHERES NA MÚSICA ERUDITA, DE CONCERTO OU AINDA CLÁSSICA...


Lola Astanova




De início vale dizer que as mulheres podem fazer tudo o que nós homens fazemos incluindo procriarem... exercerem o seu lado da moeda sexualmente como nossas parceiras. E isso não é machismo, é fato, elas podem mesmo que em casos extremos façam uma troca e haja perdas, nem sempre para elas ( e para nós ) se pode ter duas coisas ao mesmo tempo.



Olga Kern



Vamos, após a apresentação e o concerto com a pianista ruusa Olga Kern tocando um autor masculino Rachmaninoff também ruusso, ao precioso texto e reflexão ( que não é minha ) que por acaso ou sorte encontrei na web, embora estivesse procurando por mulheres compositoras na música de concerto ou erudita ou mesmo clássica:


"Que compor música de concerto é uma tarefa masculina, não há dúvida".

E prossegue o autor: "Não há razão biológica, psicológica ou cerebral para isso. É apenas uma constatação: olhando para trás, a hegemonia masculina é absoluta, mesmo que um dos primeiros compositores de quem se sabe o nome – quem sabe até o primeiro – foi uma mulher, Hildegard von Bingen, nas antiguidades do século 11. Bento 16 não deixou de ser papa antes de proclamar Santa Hildegard como 35ª Doutora da Igreja, isso em outubro de 2012. 

A música, para ela, era mais uma das tantas mensagens assopradas diretamente por Deus, e não faz muito que as suas canções místicas começaram a circular por aí, transformando a veneranda Hildegard em sucesso medieval de vendagem. Sim, olhando para trás, tudo começa com Santa Hildegard. Depois dela, há um imenso deserto feminino, com uma árvore aqui, outra ali. Uns exemplos: há dois séculos, o Dr. Mendelssohn achava que, de seus dois filhos, só Felix devia ser compositor. Fanny não podia – melhor seria casá-la e caso encerrado. Pois o marido de Dona Fanny incentivou suas aventuras musicais e dizem que, se não fosse a condição de gênero, talvez ela tivesse sido melhor compositora do que o irmão. Vem bem a calhar a historieta que se conta do casal Mahler. Entrando em casa após o casamento, o empedernido Gustav diz para sua também compositora e agora esposa Alma: "Nesta casa só cabe um compositor". Ao que ela, mais do que depressa, fechou os cadernos de canções e se foi a colecionar amantes. 

O Rio Grande do Sul também foi um deserto feminino na composição musical, mas só até Esther Scliar, já em pleno século passado. Ela ultrapassou os preconceitos de gênero e se transformou numa das personalidades fascinantes da música local para, logo em seguida, ser uma das grandes mestras de música que o Brasil conheceu. Toda a sua música está gravada e pode ser acessada em sites formais e informais. As partituras já são mais difíceis de obter, pois muitas ainda estão em manuscrito e circulam de forma caseira. Na memória dos alunos, ela ficou gravada muito profundamente, e não se pode passar sobre a história da música brasileira de concerto sem passar por esse nome, Esther Scliar, que ressoa novidade, rigor, destemor, modernidade. Depois de Esther, já não foi tão excepcional, tão surpreendente, encontrar compositor-mulher. Em tempo bem mais recente, há Elaine Thomazi, que, depois de estudar aqui, foi ter aulas com Tristan Murail na Universidade de Columbia em Nova York e se bandeou para Londres, seu pouso de hoje. Lourdes Saraiva vem da mesma geração. 

Uma olhada rápida no Soundcloud mostra, num par de cliques, duas obras bem fascinantes: The Path of the Thousand Doors para percussão, hipnótica nas cores que vão mudando de degrau a degrau, e Poema Místico para Piano. Essa peça de 2012, registrada pela pianista Luciane Cardassi, é bem inacreditável – são duas camadas que se juntam, um poema recitado aos pedaços e aos mistérios pela pianista e o piano propriamente dito que se toca como se fosse Debussy. Ah, essa Lourdes é cheia de ideias! Outra compositora daqui é Susana Almada, que colocou em música os poemas juvenis de Lya Luft e depois se foi a compor para orquestra e para solos de piano. Noite Estrelada, por exemplo, é quase uma alucinação do piano em torno do Boi Barroso do folclore gaúcho. A inspiração de Susana sempre foi profunda, escura, mas não se sabe onde ela poderia ter chegado como compositora pois, assim como Esther Scliar, ela decidiu sair da vida antes do tempo, deixando na promessa todo um caminho a percorrer. Tanto Susana quanto Lourdes e Elaine saíram do Instituto de Artes da UFRGS que, já há um par de décadas, é escola importante de composição musical.

 Agora mesmo, há compositoras em formação por lá. Há Touanda Beal e Carolina Amaral, próximas da porta de saída da formação acadêmica. Há Marina Marcon e Irmã Paula Graminho ainda no início. Cada uma delas tem um estilo diferente de enfrentar os problemas de composição da música de concerto. Aliás, como deve ser. Foi-se o tempo em que se pensava que ensinar composição era aplicar conhecimentos monolíticos para transformar os alunos em bolachas de pacote, todas iguais e cheias de calorias vazias. Agora se busca a boa técnica, mas também se procura a maior variedade possível de sotaques, tropeçando nas individualidades como boas pedras no caminho. 

 São muitas as compositoras de hoje com suas encomendas, estreias, prêmios. Se for feita uma lista do estado da arte da década de 2010, o resultado será bem mais tranquilizador do que a dupla de compositoras do século 19 (a Clara e a Fanny...). Aí vêm Kaija Saariaho, Judith Weir, Olga Neuwirth, Chaya Czernowin, Ada Gentile, Isabel Mundry, Unsuk Chin. Uma vez começando a lista, não há como parar. Os sotaques são diferentes, os mundos são imensos e, melhor, estão sendo criados agora mesmo."

O autor é um homem, se chama Celso Loureiro Chaves o loiink original é ( CLIQUE AQUI )

Mas afinal? mulheres têm o mesmo interesse ( na sua maioria ) por compor música tão trabalhosa e elaborada como a música clássica ( ou seja o nome que prefiram chamá-la )? ou no máximo, as que gostam primitivamente de música, seguem pelo oportunismo, com suas implicações mais duvidosas do cancioneiro popular e do show busines?

Estatisticamente, ou em uma rápida observação, mulheres gostam muito de música, têm sensibilidade apurada para essa linguagem artística específica, se mostram como especiais instrumentistas, cantoras, etc mas o trabalho da expressão musical primária, a composição que apreende, depende de um dispêndio d e tempo numa contemplação da realidade subjetiva da vida, a maioria não se interessa, embora técnica e por formação musical profunda pudessem muitas fazê-lo.

Porem como tudo na vida, vivas as exceções, como o texto do autor acima, bem humoradamente, ainda que de passagem demonstrára.

Por Helvécio S. Pereira


Swan Lake


Ainda dentro dessa abordagem que tal uma história real que emociona e nos desafia?

Sob o regime do Talebã, meninas e mulheres do Afeganistão precisam lutar diariamente contra a restrição de seus direitos. Por muitos anos, elas não puderam frequentar escola e até mesmo o acesso à música era limitado. Apesar disso, em um concerto na capital afegã, Cabul, uma cena causa surpresa: uma mulher rege uma orquestra. Quem segura a batuta é Negin Khpolwak, que, com apenas 19 anos, se tornou a primeira maestrina do Afeganistão. Negin estuda no Instituto de Música do Afeganistão, a única escola desse tipo no país. Ali é possível encontrar meninos e meninas tocando piano, violoncelo, flauta e outros instrumentos de cordas tradicionais do Afeganistão, como o rebab e o sarod.

A repórter da BBC em Cabul, Shaimaa Khalil, conversou com Negin. Confira o relato da jornalista. "Ao entrar no instituto, encontro Negin no corredor de uma das salas de ensaio tocando uma de suas músicas favoritas no piano: a sonatina do compositor italiano Muzio Clementi (1752-1832). Vejo que Negin ainda está aprendendo, e quando lhe falta experiência, ela compensa com sua paixão pela música. "Khosh Amadeed (seja bem-vinda)", diz Negin, com um sorriso envergonhado. "Hoje minhas mãos estão doendo um pouco, então não estou conseguindo obter meu melhor desempenho. Mas amo ensaiar no piano", acrescenta. "Tudo o que eu quero é ser uma pianista e maestrina muito boa. Não só no Afeganistão, mas no mundo todo". "Mas você cresceu com a música?", pergunto. "Não", responde Negin, com um olhar assustado. Negin veio de uma família pobre na província de Kunar, uma área bastante conservadora no nordeste do Afeganistão e dominada pelo Talebã. "Meninas em Kunar não podem ir à escola e muitas delas não têm permissão das famílias para estudar música. Então precisei ir para Cabul para realizar meu sonho. Foi meu pai que me ajudou." 

A jovem diz que sonha em ser uma pianista e maestrina famosa no mundo todo Pressão familiar Quando Negin tinha apenas nove anos, seu pai a colocou em um lar para crianças para que ela pudesse ter acesso à educação. Foi lá que ela começou a ouvir música e a ver shows na televisão. A menina, então, fez um teste para entrar no Instituto, onde estuda há quatro anos ─ são, ao todo, 200 estudantes matriculados. Desse total, apenas 25% são mulheres. Leia também: 5 mapas e 4 gráficos que ilustram segregação racial no Rio de Janeiro Mas o caminho não foi fácil para Negin. A mãe dela dizia estar feliz por vê-la frequentando a escola, mas não gostava da ideia dela estudar música. Negin não era a única que se sentia assim. "Meu tio disse: 'Nenhuma menina da nossa família deveria aprender música. É contra nossa tradição", relembra. Sob pressão de parentes, Negin teve de sair do instituto por seis meses. Seu pai interveio, porém, e disse ao tio: "A vida é dela. Ela pode estudar música se é isso que quer". E ela voltou às aulas de música depois disso.


O problema é comum, segundo o fundador e diretor do instituto, Ahmad Sarmast. "Uma criança é matriculada com a total aceitação dos pais, mas aí um tio, tia ou avô começa a por pressão nos parentes para tirar a criança do programa de música ou até mesmo das aulas em geral", afirma Ahmad. E não é só contra a tradição e o conservadorismo que o instituto precisa lutar ─ também há o problema da violência. 'Pecado' Muitos acreditam que a música é algo para pecadores. No ano passado, um dos concertos de estudantes organizados fora do campus foi alvo de homem-bomba ─ uma pessoa que estava na plateia foi morta e Sarmast ficou com a audição prejudicada.

LINK ORIGINAL ( CLIQUE AQUI )

ALGUMAS MULHERES, ALEATORIAMENTE COMO EXEMPLO DE COMPOSITORAS NO CANCIONEIRO POPULAR AMERICANO














Emily Bear




Emily Bear Trio





 Valentina Lisitsa 



sexta-feira, 26 de agosto de 2016

ATUALIZADO!!! COM NOVOS CONCERTOS! A MÚSICA NA SUA PLENITUDE, NA SUA COMPLEXIDADE, SUTILEZA E BELEZA, DA MÚSICA E DA MUSICISTA, DA BELA E TALENTOSA, UMA VIRTUOSE: YUJA WANG!


Em uma entrevista gravada com o mestre, doutor Abraão Soares Gracco, do Movimento Cidadão Comum, a primeira pergunta feita por ele a mim foi exatamente se a Arte era para todos, contra o senso comum eu respondi que não. Se ao mesmo tempo que a Arte como linguagem é um atributo de comunicação, uma linguagem que todos os seres humanos podem usar para se expressar e portanto serem sensibilizados por ela, a compreensão mais abrangente, casuisticamente não é para todos, por vários motivos e implicações.













Desse modo é  extremamente importante, de fato pertinente, que se compreenda que dado o caráter complexo da MÚSICA, se faz necessário compreender que sem o conhecimento necessário acerca da Música é praticamente impossível usufruir de toda a sua maravilhosa potencialidade. Se por um lado somos todos genética e biologicamente programados a usá-la como linguagem, a música por ser um sistema arbitrariamente inventado, tem que ser compreendida e aprendida e, terem desenvolvida de modo adequado uma sensibilidade para desfrutá-la, expressar-se e compreender o que é expressado através dela.



De fato, lembrei-me agora, que por ocasião de um de meus aniversários, fui almoçar com minha família no restaurante "Revista Viva", no bairro Santo Antônio, região sul, aqui em Belo Horizonte, e conversando com o pianista que toca todos os dias na hora do almoço, ele me dissera, que embora toque o melhor da música popular como música de fundo enquanto as pessoas almoçam, mesmo a clientela sendo diferenciada não assimilariam o clássico, a música erudita, de concerto. pois essa necessita de mais informação para usufruir, se deliciar com esse tipo de musicalidade. Isso é um fato! A seguir alguns recitais de autores eruditos diferentes na interpretação sempre magnífica da grande pianista chinesa Yuja Wang.

Por Helvécio S. Pereira


Yuja Wang - Eloges - Testimony of gratitude and admiration






















THE NEW YORKER


by Janet Malcolm

" What is one to think of the clothes the twenty-nine-year-old pianist Yuja Wang wears when she performs—extremely short and tight dresses that ride up as she plays, so that she has to tug at them when she has a free hand, or clinging backless gowns that give an impression of near-nakedness (accompanied in all cases by four-inch-high stiletto heels)?

In 2011, Mark Swed, the music critic of the L.A. Times, referring to the short and tight orange dress Yuja wore when she played Rachmaninoff’s Third Piano Concerto at the Hollywood Bowl, wrote that “had there been any less of it, the Bowl might have been forced to restrict admission to any music lover under 18 not accompanied by an adult.” Two years later, the New Criterion critic Jay Nordlinger characterized the “shorter-than-short red dress, barely covering her rear,” that Yuja wore for a Carnegie Hall recital as “stripper-wear.”

Never has the relationship between what we see at a concert and what we hear come under such perplexing scrutiny. Is the seeing part a distraction (Glenn Gould thought it was) or is it—can it be—a heightening of the musical experience? During the intermission of a recital at Carnegie Hall in May, Yuja changed from the relatively conventional long gold sequinned gown she had worn for the first half, two Brahms Ballades and Schumann’s “Kreisleriana,” into something more characteristically outré.

For the second half, Beethoven’s extremely long and difficult Sonata No. 29 in B-Flat, known as the “Hammerklavier,” she wore a dress that was neither short nor long but both: a dark-blue-green number, also sequinned, with a long train on one side—the side not facing the audience—and nothing on the other, so that her right thigh and leg were completely exposed. As she performed, the thigh, splayed by the weight of the torso and the action of the toe working the pedal, looked startlingly large, almost fat, though Yuja is a very slender woman. Her back was bare, thin straps crossing it.

She looked like a dominatrix or a lion tamer’s assistant. She had come to tame the beast of a piece, this half-naked woman in sadistic high heels. Take that, and that, Beethoven! ..." Und in diesem Fall bin ich mir ziemlich sicher, dass es ihm (Beethoven) in jeder Hinsicht gefallen würde ... Wir sind im 21.Jahrhundert! Das wohl bekannteste Musikstück aus Wagners Ring des Nibelungen, der "Ritt der Walküren". Yuja Wang ist dabei, auch eine gesamte >Westliche Konsumgesellschaft<!!!









terça-feira, 23 de agosto de 2016

ATUALIZADO! IMPERDÍVEL!! O QUE FAZ REALMENTE A DIFERENÇA ENTRE DOIS OU MAIS MÚSICOS ERUDITOS? ENTRE DUAS, TRÊS OU MESMO QUATRO PIANISTAS BELAS E TALENTOSAS? VEJA E OUÇA QUATRO PERFÓRMANCES DE QUATRO VIRTUOSES AO PIANO: YUJA WANG, LOLA ASTANOVA, MAJIA BABYSZKA E EMILY BEAR AOS 13 ANOS DE IDADE, TODAS TOCANDO UM AUTOR NORTE-AMERICANO IMPORTANTE, GEORGE GERSHWIN!





Nessa postagem, duas pianistas praticamente da mesma idade, portanto da mesma geração de jovens e definitivamente talentosas pianistas de formação erudita, uma chinesa e uma russa, tocam a mesma obra de um reconhecido autor norte-americano.

Se ambas tem a mesma formação e semelhantes e sólidas carreiras, qual a diferença entre as duas, já que essa diferença não se estabelece ao nível de uma superioridade como o senso comum imagina com base nas carreiras de artistas populares ( quem vende mais discos quem e mais simpático, quem tem maior número de fãs, quem aparece mais na mídia, e no caso de mulheres, quem é a mais bonita ).

Não é dessa forma que se valoriza uma musicista, uma instrumetistas, na difícil, concorrida e cara música de concerto, ou música clássica ou ainda erudita.

Veja, ouça as duas apresentações, dessas belas e talentosas artistas reais.

Helvécio S. Pereira

Elas tocam George Gershwin

George Gershwin, nascido Jacob Gershowitz, (Brooklyn, Nova Iorque, 26 de setembro de 1898 — Hollywood, Califórnia, 11 de julho de 1937) foi um compositor dos Estados Unidos.

Escreveu a maioria de seus trabalhos vocais e teatrais em colaboração com seu irmão mais velho, o letrista Ira Gershwin. George Gershwin compôs tanto para a Broadway quanto para concertos clássicos. Ele também escreveu músicas populares de grande sucesso. Muitas de suas composições tem sido usadas na televisão e em inúmeros filmes, além de tornar-se standards de jazz. 

A cantora Ella Fitzgerald gravou muitas das canções de Gershwin em seu álbum de 1959, Ella Fitzgerald Sings the George and Ira Gershwin Songbook (com arranjos de Nelson Riddle). 



Incontáveis músicos e cantores gravaram músicas de autoria de Gershwin, incluindo João Gilberto, Oscar Peterson, Fred Astaire, Louis Armstrong, Al Jolson, Percy Grainger, Bobby Darin, Art Tatum, Bing Crosby, Yehudi Menuhin, Janis Joplin, John Coltrane, Frank Sinatra, Billie Holiday, Sam Cooke, Miles Davis, Herbie Hancock, Madonna, Judy Garland, Julie Andrews, Barbra Streisand, Marni Nixon, Natalie Cole, Nina Simone, Maureen McGovern, John Fahey, The Residents, Sublime (banda), e Sting. O teatro Gershwin Theatre, foi nomeado em sua homenagem e ao seu irmão. 







Mais acerca de George Gershwin




Em setembro de 1998 festejou-se o centenário do nascimento do compositor George Gershwin. Ícone da música popular norte-americana, é considerado um dos maiores e mais versáteis compositores de todos os tempos. Edição 64 - Abril de 2009 Filho de imigrantes judeus russos, Gershwin foi pioneiro de uma nova era na música popular norte-americana, ao traduzir para a Broadway a tradição musical clássica e vice-versa. 

Produziu a maioria das suas obras, 22 musicais da Broadway e mais de 700 músicas populares, em parceria com seu irmão mais velho, o compositor lírico e letrista, Ira Gershwin. Juntos criaram ritmos especiais, letras singulares e melodias que ficaram gravadas no imaginário popular. "George Gershwin era um gênio musical - para ele, escrever uma canção era tão natural quanto respirar". Entre os sucessos dos irmãos Gershwin podemos mencionar "I Got Rhythm", "Embraceable You", "The Man I Love", "Someone to Watch Over Me", músicas famosas no mundo todo até os nossos dias. Para admiradores e eruditos musicais, Gershwin revelou seu talento musical em sua primeira grande obra, "Rhapsody in Blue", peça de jazz sinfônico lançada em 1924, na qual o compositor faz uma síntese dos elementos da música clássica européia com música pop, jazz e blues. Produziu também, em parceria com Ira, a ópera "Porgy and Bess", de 1935, sua primeira incursão na dramaturgia. Talento precoce Nascido Jacob Gershovitz no dia 26 de setembro de 1898, no bairro do Brooklyn, Nova York, George lá viveu sua infância e adolescência. Seu pai, Morris, nasceu em São Petersburgo (Rússia) e deixou sua terra natal em busca de uma vida melhor, nos Estados Unidos, onde chegou em 1890. 

Sua mãe, Rosa Bruskin, também veio da Rússia e se casou com Morris quatro anos após sua chegada ao Novo Mundo. O casal teve quatro filhos, Ira, George, Frances e Arthur. Como parte do processo de adaptação ao novo lar, Morris troca o sobrenome da família por um mais americano; assim, Gershovitz tornou-se Gershvin e, posteriormente, Gershwin, esta última mudança feita pelo próprio compositor já em sua vida adulta. Apesar da prática do judaísmo não ser muito presente na vida da família, jamais negaram suas origens e a cultura judaica acabou permeando a obra de George e de Ira. Conta-se que Cole Porter, que não era judeu, teria perguntado a George, certa vez, qual era o segredo do sucesso na Broadway, e que o compositor respondeu "compor músicas judaicas". Para os estudiosos de sua obra, a herança judaica de George permeou o seu trabalho, principalmente as melodias litúrgicas tão presentes em sua infância. O solo de clarinete que abre a "Rhapsody in Blue", por exemplo, traz a influência da Chazanut, o bonito canto litúrgico judaico. 

Em 1915, o ator e diretor de teatro iídiche, Boris Thomashevsky, pediu-lhe que escrevesse uma opereta em parceria com Shalom Secunda, mas a idéia foi rejeitada pelo próprio Secunda. Em 1929, George assinou um contrato com a Metropolitan Opera House para compor um trabalho baseado na obra Dibuk, mas este projeto também não foi realizado. A estrela da sorte que brilhou ao longo da vida artística de George e do irmão, Ira, no entanto, não acompanhou a trajetória de seu pai, marcada por inúmeros fracassos nos negócios. Em conseqüência das dificuldades financeiras, a família Gershwin foi obrigada a mudar de casa 25 vezes. Nenhuma dificuldade, no entanto, conseguiu romper os fortes vínculos existentes entre os irmãos. A relação de George com a música começou quando ele ainda era adolescente de uma maneira até certo ponto inesperada. A primeira vez que se sentiu atraído pela música foi com 10 anos, quando assistiu a um recital de violino de seu amigo de infância, Max Rosen. Para seu pai, George jamais passaria de "um moleque irresponsável" e o talento musical da família estava concentrado em Ira. Para estimular o primogênito, comprou um piano. Porém, para alívio do próprio Ira, o irmão menor George, então com 11 anos, apossou-se do instrumento, afirmando que o piano lhe pertencia. 

O tempo rapidamente mostrou ao velho Morris quão enganado estava em relação ao filho menor. O pai acabou cedendo às pressões de George e permitiu que ele tivesse aulas de piano. Seu primeiro professor era um húngaro que, para ensinar o menino, cobrava US$ 1,50 a aula. Foi assim que o adolescente teve o primeiro contato com grandes autores clássicos como Chopin, Liszt e Debussy. Um novo mundo se abria aos seus ouvidos. Para aprimorar sua formação técnica, prosseguiu as aulas com o brilhante pianista Charles Hambitzer, que lhe ensinou a técnica convencional de piano, apresentando-lhe as mais variadas teorias musicais - modernas, clássicas e européias. 

Foi Hambitzer que lhe ensinou a importância de assistir concertos para assimilar o amplo universo musical. O pianista foi seu mentor até morrer, em 1918. Mais tarde, George também estudou com o compositor clássico Rubin Goldmark e com o também compositor e teórico Henry Cowell. Aos 15 anos escreveu sua primeira canção popular, "Since I Found You" - seu talento e criatividade começavam a aflorar. George abandonou a escola quando conseguiu seu primeiro emprego, como "song plugger"1, na rua 28, também conhecida como "Tin Pan Alley", um local na cidade de Nova York onde os aspirantes a compositor levavam suas partituras para que uma editora musical lhes pagasse alguns trocados. 

Trabalhando para a empresa Jerome Remick Co., George conheceu milhares de músicas, apurando seu ouvido para a composição de boa qualidade. Assim, aos 15 anos, George já era um músico profissional e ganhava US$ 15 por semana. Era o início de uma nova vida. Dois anos após estar trabalhando nessa empresa, teve sua primeira canção publicada. Apesar de "When You Want Me You Can't Get Me" não ter sido um sucesso imediato, começou a atrair a atenção de alguns compositores da moda, na Broadway. A música chamou a atenção da cantora Sophie Tucker, cujos elogios repercutiram rapidamente e George foi contratado como compositor por outro importante editor musical, na época, Max Dreyfuss, da Harms. Sempre em busca de novos ritmos, George uniu-se ao letrista Irving Caesar. Juntos escreveram "You Just You". Anos mais tarde, Caesar compôs uma canção cujo sucesso atravessou épocas e marcou várias gerações de românticos - "Tea for Two". A explosão da ascensão da dupla Gershwin-Caesar, no entanto, aconteceu em 1919. 

Durante o musical "Sinbad", no palco do Winter Garden, o já famoso Al Jolson soltou a sua voz forte e apresentou ao público a música "Swanee". Foi um sucesso estrondoso que levou as composições de Gershwin com regularidade para as platéias da Broadway. A canção vendeu um milhão de cópias e ele recebeu cerca de US$ 10.000 em direitos autorais. Sua sorte estava lançada. Foi também com Caesar que George compôs em 1919 a música para o musical da Broadway, "La La Lucille". Foi sua primeira partitura completa. Conta-se que George chegou a pedir um emprego ao compositor Irving Berlin, que lhe teria respondido: "Seria melhor se você trabalhasse como compositor por conta própria". E foi exatamente o que fez. A partir de 1920, sua fama como compositor não parou de crescer. 

De 1920 até 1924, Gershwin foi convidado a escrever os temas musicais para um dos grandes sucessos da época - a série, extremamente popular, de revistas da Broadway, "Os Escândalos de George White", produzida pelo compositor de mesmo nome. A Broadway vivia então a era dos grandes musicais, inspirados nas famosíssimas "Ziegfield Follies", que contavam com cenários suntuosos, grandes orquestras e um público ávido por novidades. Para essa série Gershwin compôs 45 canções, muitas das quais se tornaram famosas, como "Somebody Loves Me" e "Stairway to Paradise", dois clássicos da música norte-americana. Para um dos "Escândalos", George compôs, "Blue Monday". Não foi um grande sucesso, mas a música caiu no gosto de Paul Whiteman, um dos principais bandleaders do início da década de 1920, conhecido como o "Rei do Jazz". Whiteman então lhe encomenda uma obra de jazz sinfônico para ser executada juntamente com outros trabalhos de nível, no Aeolian Hall, num concerto de jazz que estava organizando, o "Experimento em Música Moderna". George esqueceu-se por completo da encomenda até 3 semanas antes da estréia, mas, antes desse prazo, compôs "Rapsódia em Blue", o trabalho que definiu sua carreira e o elevou a outro patamar na música. 

A abertura da composição apresenta um solo de clarineta, que começa como um trinado e vai num crescendo até se desfazer no ar. Em outras palavras, uma peça para ser tocada com emoção, com toda a pungência dos blues. A sinfonia foi tocada pela primeira vez com o próprio Gershwin ao piano, no dia 12 de fevereiro de 1924, no Aeolian Hall de Nova York, diante de uma platéia que incluía personalidades como o violinista Jascha Heifetz, o compositor Rachmaninoff, Efrem Zimbalist e Alma Gluck. Se até então Gershwin era considerado uma estrela em ascensão, naquela noite passou a ser uma celebridade incontestável, seu sucesso crescendo a cada nova criação. Os anos na Broadway George Gershwin é principalmente conhecido por suas inúmeras canções que se tornaram parte da música americana, a maioria delas, fruto de seus anos na Broadway. A colaboração entre os irmãos George e Ira Gershwin como compositor e letrista atingiu pleno vapor depois de 1924, com o musical "Lady Be Good", que selou definitivamente a parceria entre os dois. Naquele ano, no palco do Liberty Theater, Fred Astaire estrelou o musical dos irmãos Gershwin. 

A linha melódica suave e as letras inteligentes tornaram famosas muitas das canções que integravam "Lady Be Good", entre as quais, "Fascinating Rhythm", e "Oh, Lady, be Good" . Outra de suas canções, muito populares, mas que não estava incluída na produção original foi a balada "The Man I Love". Para muitos críticos, esse novo tipo de combinação entre música e letra foi responsável pela sofisticação da música popular norte-americana. Muitas de suas composições têm sido usadas na televisão e em inúmeros filmes, além de se terem tornado um modelo para o jazz. Incontáveis músicos e cantores gravaram trabalhos dos Gershwins, incluindo Ella Fitzgerald, Fred Astaire, Louis Armstrong, Al Jolson, Bing Crosby, Janis Joplin, John Coltrane, Frank Sinatra, Billie Holiday, Judy Garland, Julie Andrews, Barbra Streisand, Natalie Cole, Nina Simone, Madonna e Sting. 

Apesar de seu grande sucesso na Broadway, George decidiu escrever mais peças para piano e orquestra, entre as quais, "Concerto para Piano em Fá Maior" (1925). Para os críticos, esta obra ainda tem mais substância do que seu grande sucesso "Rhapsody in Blue". Um ano depois, foi a vez de "Três Prelúdios para Piano". Em, 1928, "Um Americano em Paris"; em 1931, a "Segunda Rapsódia" e, em 1931, "Aventura Cubana". Durante as décadas de 1920 e 1930 o nome Gershwin era uma constante nos mais importantes eventos da cena nova-iorquina e sua presença transformava qualquer reunião em um concorrido evento. George passava horas ao piano, encantando os presentes e era o último a deixar o local. Seu círculo de amigos incluía personalidades como Maurice Chevalier e Ravel. Aos 27 anos, já era um mito, a personalidade mais popular dos Estados Unidos, tendo sido capa da conceituada revista Time. Era o mais celebrado e rico compositor dos Estados Unidos, o que fazia dele, também, o solteiro mais cobiçado do país. 

 O sucesso continuava a sorrir para os irmãos Gershwin . Em 1926 eles lançaram "Oh, Kay", considerada a sua mais importante peça musical, cujas músicas se tornaram famosas, como "They Can't Take That Away From Me" e "But Not for Me", "Someone To Watch Over Me", "Clap Your Hands" e "Do-do-do". Outro grande musical de George e Ira Gershwin estreou pouco tempo depois, "Funny Face". Em 1928, os dois irmãos foram passar uma temporada na Europa, para trabalhar em um projeto especial. A viagem tinha um segundo objetivo: assistir a apresentação da "Rhapsody in Blue" na Ópera de Paris. Durante sua permanência na França, George compôs a obra "An American in Paris", sua segunda criação, em importância, para orquestra. Um verdadeiro poema musicado, esta composição transporta o ouvinte às ruas de Paris, na década alucinante de 1920, e foi executada pela Sinfônica de Nova York em dezembro do mesmo ano. Gershwin incluiu na partitura quatro buzinas de carro para reproduzir o tráfego barulhento da capital francesa, o que lhe deu um charme especial. 

Depois de "Um americano em Paris", vieram "Strike Up The Band" e os musicais "Let'em Eat a Cake" e "Of Thee I Sing", trabalhos com uma forte conotação política, algo que as canções de George e Ira até então não costumavam ter. Os EUA enfrentavam a era da Grande Depressão. O mundo artístico reconheceu, mais uma vez, a genialidade dos Gershwin e "Of Thee I Sing" foi o primeiro musical a ganhar o Prêmio Pulitzer. Em sua escalada crescente da fama, os irmãos Gershwin se mudaram para Hollywood para trabalhar na indústria cinematográfica. O primeiro trabalho de George para o cinema foi no filme "The King of Jazz", sob a direção musical de seu velho amigo, Paul Whiteman. Estrelado por Bing Crosby, o filme apresentava também "Rhapsody in Blue" entre outras tantas. Os irmãos Gershwin também compuseram a trilha sonora do clássico "Shall We Dance", com Fred Astaire e Ginger Rogers. 

 A Broadway e Nova York, no entanto, continuavam sendo mais atraentes para os irmãos do que Hollywood. Assim, George retornou à sua cidade natal com mais um sucesso, "Second Rhapsody". A obra foi apresentada ao público na primavera de 1931, no Carnegie Hall. Ao piano, George Gershwin acompanhado pela Orquestra Sinfônica de Boston, foi regido pelo maestro Serge Koussevitzky. Aplausos infindáveis e, mais uma vez, a aclamação do público. Nessa época, produzir composições sérias passou a ser um dos seus principais objetivos. Optou por produzir uma peça baseada em uma obra de DuBose Heywards, "Catfish Row", sobre a vida dos negros do sul dos Estados Unidos. Para se familiarizar com a vida e os problemas desta sofrida parcela da comunidade americana, passou dez meses em Charleston, na Carolina do Sul. Assim nasceu a inesquecível ópera, "Porgy and Bess". Ambientada no sul do EUA, sua "ópera americana", como a chamava, põe em cena a vida cotidiana de uma comunidade negra, da década de 1930, a miséria de seus guetos, seus amores e seus conflitos. Supervisionando ele mesmo todos os ensaios, Gershwin exigiu que o elenco fosse composto de negros, algo que não agradou aos produtores. Entre as canções mais populares de "Porgy and Bess", se incluem "Bess You Is My Woman Now", "Summertime" e "I Got Plenty of Nuttin". 

 O maior desapontamento de sua carreira foi a fria reação do público e da crítica à "Porgy and Bess", em 1935. Apesar de ovacionada, durante 15 minutos, no dia da estréia, a ópera não foi um grande sucesso. Os fracos resultados da bilheteria não foram suficientes para cobrir os custos da montagem, tendo seus produtores encerrado a temporada após meras 124 apresentações. No entanto, transformou-se em um grande sucesso após a morte de George, sendo hoje considerada não apenas um de seus maiores trabalhos, mas a maior ópera americana de todos os tempos. Pouco depois da estréia da ópera, Gershwin voltou novamente sua atenção para a indústria cinematográfica, mudando-se para Los Angeles e se instalando em Beverly Hills. Ele pretendia retornar a Nova York dentro de pouco tempo, pois amava a cidade. Infelizmente, seus planos não se concretizaram. No verão de 1937, aos 38 anos e no auge de sua carreira, adoeceu subitamente. 

Apesar das fortes e constantes dores de cabeça, continuou a compor. Preocupados com sua saúde, amigos e familiares pediram-lhe que consultasse um especialista, mas ele preferiu seguir a orientação de seu psicanalista, para quem os sintomas, como fortes de cabeça e tonturas, não passavam de sinais de uma depressão. A confiança no psicanalista era tanta que a família aceitou o diagnóstico sem questionamento. Um dia, enquanto trabalhava nas canções do filme "Goldwyn Follies", o compositor entrou em coma. Dois dias depois foi operado e os médicos descobriram que ele tinha um tumor no cérebro. 

Infelizmente, George não resistiu à cirurgia, morrendo em 11 de julho de 1937, em Hollywood. Grande comoção tomou conta do mundo artístico e do público norte-americano diante da morte súbita do artista. Em sua homenagem foram realizados serviços religiosos simultaneamente em diferentes sinagogas, em Hollywood e em Manhattan. Um gênio na composição, George teve uma passagem meteórica pela vida terrena, mas entrou para a eternidade através de sua linda obra musical.


ASSISTA AS DUAS PERFÓRMANCES DESSAS DUAS BELAS E DEFINITIVAMENTE VIRTUOSES AO PIANO: LOLA ASTANOVA E YUJA WANG

Gershwin Rhapsody in Blue com Lola Astanova









Gershwin Rhapsody in Blue com Yuja Wang






Rhapsody in Blue de George Gershwin com Maja Babyszka




Rhapsody in Blue de George Gershwin com Emily Bear




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sábado, 13 de agosto de 2016

VIOLONCELO OU SIMPLESMENTE CELLO, UM INSTRUMENTO POUCO VISTO E OUVIDO COMO PROTAGONISTA NA MÚSICA COM A CELISTA NATALIE CLEIN




O Violoncelo teve origem no esplendor musical do Século XVI na Itália, em um processo evolutivo da família das cordas. Esse singular instrumento musical foi usado principalmente como instrumento acompanhante até o século XVIII, quando passou a ser importante como instrumento solista nos quarteto de cordas. Bach e Beethoven foram os primeiros a usar o violoncelo em grande parte de suas composições. A partir daí, o violoncelo se tornou popular entre as famílias reais. Andrea Amati foi um fabricante de violoncelo que se tornou primeiramente conhecido. Ele fez violoncelos para Charles IX, o rei francês.

Os filhos de Amati, Girolamo e Antonio, também se tornaram fabricantes de violoncelo. Nicolo Amati, neto de Andrea Amati, ensinou ao lendário Antonio Stradivari o processo de feitura do instrumento. Embora mais conhecido por seus violinos, Cellos Stradivari fez bem, e os seus violoncelos valem milhões de dólares hoje. Quando o violoncelo foi fabricado pela primeira vez, ele não tinha um pino de suporte na parte inferior. Acrescentou-se depois uma vara esculpida de madeira para segurar o violoncelo, enquanto ele tocava. Para tornar o cello mais fácil de tocar, o seu tamanho também foi aumentado em altura e largura. O tamanho do violoncelo que você vê hoje foi padronizado por Antonio Stradivari.

O papel do violoncelo foi muito diversificado em seus primeiros duzentos anos, geralmente participando no acompanhamento e na execução da linha de baixo de várias formas de música. No XV, XVI, XVII e séculos, os membros da família do violino foram considerados particularmente apropriado para a música sacra. No entanto, os cellos não foram utilizados exclusivamente nesses papéis e representações artísticas e pesquisas indicam que eles foram usados ​​para todos os tipos de eventos, desde casamentos até música estridente nas tabernas da aldeia.

A discrepância entre o grande volume de música para o violino no século XVII, e a falta dele para o violoncelo pode ser melhor entendida à luz de dois fatores. Primeiro, a escrita idiomática para um instrumento específico estava apenas começando a se desenvolver, e em segundo lugar, mesmo a escrita idiomática utilizada antes para o violino não necessariamente exclui as vozes mais profundas da família do violino. Violoncelistas, considerando-se “violinistas” (embora ‘violinistas baixo’), muito naturalmente adotavam o repertório de violino como seu próprio (transpondo-a para baixo uma oitava), não fazendo distinção entre as várias vozes dentro da família dos violinos como é feita hoje com seu repertório solo.

Não foi até o final do século XVII que as primeiras peças para violoncelo solo ou violoncelo acompanhado foram escritas. A forma mais comum para tal peça era o ricarcare. O ricercare barroco era uma peça instrumental, não muito estensa, e em muitos casos pora apenas um instrumento. Ele teve várias funções diferentes na sociedade musical da época: em primeiro lugar, como um veículo para a expressão instrumental secular, e em segundo lugar no culto da igreja em alternância com o coro, seja durante o ofertório ou antes ou depois da leitura dos salmos. Durante estas apresentações, o organista improvisava livremente em uma melodia sagrada ou secular em uma fantasia ou prelúdio.

Às vezes, isto envolveu um toque do profano invadindo o culto na igreja, se não fosse uma melodia sagrada ou linha de canto usado pelo organista. Às vezes, a ricercare consistia de uma peça para mais de um instrumento, caso em que o tema era passado de uma parte a outra em contraponto imitativo sem muito enrequecimento. Não é possível estabelecer uma forma perfeitamente consistente para essas peças. O elo de ligação entre elas era a presença de um tema simples em uma clave definida e ritmo que estabelecia a tonalidade e o estilo musical.

De todos estes desenvolvimentos, o violoncelo se tornou o brilhante solo e instrumento de câmara que é hoje.Durante os séculos XV e XVI, os músicos vieram não só de aceitar, mas para admirar o som do instrumento. Depois, no século XVII, os artistas alcançaram um nível de virtuosismo para inspirar os compositores da época para escrever, idiomáticamente, para eles. Muitos grandes obras foram a seguir, incluindo os seis Suites de JS Bach, desde o início do século XVIII. Os concertos de Franz Joseph Haydn seguiu, e em pouco tempo, o repertório para o violoncelo era de um tamanho a ser contada com.

Hoje a  importância do violoncelo foi garantida no mundo da música ocidental definitivamente. O violoncelo é verdadeiramente um instrumento espetacular para ter sobrevivido por centenas de anos e para ter constantemente ganhado popularidade no séc. XXI. Há uma longa história do instrumento e seus componentes – do arco , da resina , e demais partes do Cello.

O violoncelo é um instrumento da família dos instrumentos de corda. Tocado geralmente com arco, na posição vertical colocado entre as pernas, possui quatro cordas afinadas em quintas,

primeira corda-LÁ, segunda-, terceira-SOL e quarta- .



Natalie Clein

Natalie Clein (born 25 March 1977, Poole, Dorset) is a British classical cellist. Her mother is a professional violinist. Her sister is the actress Louisa Clein.



 
Clein started playing the cello at the age of six, and studied with Anna Shuttleworth and Alexander Baillie at the Royal College of Music where she was awarded the Queen Elizabeth the Queen Mother Scholarship. She has also studied with Heinrich Schiff in Vienna. 

Clein came to prominence after winning the BBC Young Musician of the Year competition in 1994 with her performance of the Elgar Cello Concerto. She was the first British winner of the Eurovision Competition for Young Musicians in Warsaw, playing the Shostakovich Sonata and Elgar's concerto. Her other awards include the Ingrid zu Solms Cultur Preis at the 2003 Kronberg Academie and the Classical BRIT Award for Young British Performer of 2005. Clein made her concerto debut at The Proms in August 1997, performing the Haydn Cello Concerto in C major with Sir Roger Norrington and the National Youth Chamber Orchestra of Great Britain. 
In 1999 she was invited as one of the first artists to join the BBC Radio 3 New Generation Artists scheme. She is also a regular chamber musician with such musicians as Julius Drake, Charles Owen and Kathryn Stott, as well as the Belcea Quartet, Jerusalem Quartet, Takács Quartet, and the Nash Ensemble. Clein has collaborated with author Jeanette Winterson on a performance piece which utilises Bach's Goldberg Variations in conjunction with Winterson's text. Clein played at the ceremony of Winterson's wedding to Susie Orbach in 2015. She has also worked with choreographer and dancer Carlos Acosta.Clein released an all-Kodály recording in 2009 on Hyperion Records. 

Previously, she recorded for EMI Classics where her debut recording, a recital disc of Brahms and Schubert cello sonatas with Charles Owen was released in October 2004 on the EMI 'Classics for Pleasure' imprint and her recording of the Chopin and Rachmaninov Cello Sonatas with Charles Owen was released on 25 September 2006. Her EMI recording of the Elgar Cello Concerto, in honour of the 150th anniversary of Elgar's birth, was released in September 2007. Clein joined the professorial staff at Trinity College of Music, London in September 2009. She plays on the "Simpson" Guadagnini cello (1777). 





O violoncelo é um instrumento rico, profundo, que emite sons potentes, não é de admirar que o instrumento tenha sido tão bem sucedido e continua a ser um dos instrumentos musicais mais elegantes e respeitados do mundo de hoje. 

O inventor do violoncelo, foi Andrea Amati da Itália, no início dos anos século XVI, a evolução do violoncelo se deu até o meio do mesmo século, e seu status na sociedade moderna. Músicos famosos são apresentados, incluindo Francesco Alborea (1691-1739) , que foi o primeiro conhecido violoncelista usar posição polegar ; Luigi Boccherini (1743-1805) , que era a único violoncelista excepcional que foi também um distinto compositor. 

Uma grande e recente contribuiçãp se deve à violoncelista contemporânea Yo-Yo Ma , cujo talento e inovação têm chamado a atenção sem precedentes ao violoncelo, enquanto enriquece a música de várias maneiras e une pessoas e culturas em todo o mundo com a beleza da música executada nesse instrumento musical.

Tradução e revisão por Helvécio S. Pereira


fotos de Natalie Clein







Natalie Clein created 'a tapestry of music, all for solo cello, written between 1730 and 2012' during her time in Artangel's boat installation – A Room for London. Watch her performance here:

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

DEBRA KILLINGS... ELA SE DESTACA PELA FÉ, PELO TALENTO MUSICAL ( CANTA E TOCA COM SINGULARIDADE E DISTINÇÃO ) E PELA JUVENTUDE, AOS 56 ANOS TEM UMA BELEZA INVEJÁVEL









Debra Killings ( 54 ) cantora e baixista nasceu no final de 1960 em Atlanta, Geórgia. 

Debra Killings já gravou com grandes nomes da música americana como, Jay-Z, Nelly, OutKast, TLC, mas o trabalho que mais chama atenção são seus discos solo, onde Debra toca musica Gospel com seu irmão e sua banda. Em seu CD de estreia, Surrender, Debra Killings mostra com sua voz, alma e toda habilidade musical como é sua relação com Deus.



Ela quer que todos reconheçam que seu esforço como artista solo não é apenas para entretenimento, mas também é parte de sua caminhada pessoal para mudar a maneira como as pessoas veem e ouvem música Gospel. Debra Killings acrescenta: “Quero que as pessoas que nunca foram à igreja ou aqueles que não ouvem a música gospel, saibam que podem vir a Deus, onde quer que estejam ... isso é basicamente a minha mensagem inteira".

Além de emprestar seus talentos vocais para muitos discos de sucesso, Debra, também tem seu reconhecimento no meio baixístico.

Por Helvécio S. Pereira


























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OUÇA O CD DE DBRA KILLINGS


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