O desenho como linguagem tem duas modalidades: desenho artístico ( uma menor parte ) e desenho aplicado ( de maior existência ). O desenho desde o seu início, através da manipulação da linha ( seu elemento básico ) simplesmente alterando sua direção, sentido e força com que era riscada, traçada ou impressa sobre algum suporte foi um meio eficiente de registro, de descrição e de criação, seja para uma solução de algum problema, demonstração de algo não visível, ou exercício criativo.
De fato foi assim no passado e ainda o é hoje no presente. Por mais que o desenho siga em um desenvolvimento crescente atendendo essas mesmas necessidades e aspirações, desenvolvimento com apoio instrumental que agiliza a concretização do que se imagina e se quer até no que confere a tão milenar e desejada perfeição que visa confundir desenho e realidade.
Qual objeto não foi imaginado na sua concepção ou aperfeiçoado com a utilização de um esboço ( rascunho de um desenho ) ou ainda com um projeto detalhado e graficamente mais complexo e perfeito?
Em todas as áreas da criação humana o desenho esteve e ainda é presente, de tal forma que não há como compreender uma situação tecnológica ou operacional sem o suporte da linguagem do desenho.
A pergunta é quando o desenho deixa de ser aplicado ( um mapa, um organograma, a própria escrita, etc ) e passa a ser artístico?
O desenho artístico pressupõe uma intenção, uma subjetividade, uma singularidade e uma expressão ( não necessariamente nessa ordem ) e que contrariamente ao que erroneamente fora longamente ensinado, nem sempre tem a obrigatoriedade de ser consensualmente belo.
Enquanto os animais de todas as espécies vivem em um mundo real, o qual conhecem de alguma maneira, muito bem, nós seres humanos, construímos um mundo totalmente artificial que nunca teve similaridade no mundo natural, em que todas as coisas foram e são criadas ao nosso bel prazer e normalmente com alguma imitação da natureza com algo também que nunca é encontrado nela.
Conclui-se portanto que o desenho atende a algo que extrapola a realidade, criando uma realidade paralela ou além da própria realidade, criando um equilíbrio necessário entre o que natural e o que aspira a razão humana.
Por Helvécio S. Pereira
croquis ( esboço, rascunho )
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O QUE ACHOU DESSE ASSUNTO?