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quarta-feira, 8 de novembro de 2023

O CANCIONEIRO DA INDÚSTRIA DA MÚSICA


 Objetivamente a Música, como linguagem, nada é mais do que notas musicais, sons determinados, tocados junto a sons indeterminados com durações e pausas variáveis entre eles, tudo matematicamente, expressando numa fabulosa e eficiente compreensão universal emoções especificamente humanas.

Isso 'apenas parte da realidade, vejamos a parte mais popular e mais conhecida (nem tanto) mas exaustivamente consumida pelas pessoas.

O que veremos nessa postagem é que compreender o funcionamento, ou parte dele, na poderosa e eficiente indústria do entretenimento significa deixar de ser refém de algo maior que você mesmo e que compulsivamente te coloca num lugar que talvez você não queira estar ou pertencer sem liberdade.

Quantas vezes ouvimos e vemos, lemos, aplausos efusivos e elogios festejados a artistas, principalmente cantores e às vezes a algum instrumentista, todos badalados como virtuoses e totalmente fora da curva da excelência. Será verdade que são realmente o que as pessoas dizem serem? Ou será que em casos mais concretos, todos estudaram as mesmas coisas, fizeram os mesmos exercícios, têm as mesmas habilidades treinadas e seguem um protocolo para estudar cada peça musical e executá-las? Algo que em tese qualquer um com cérebro seria capaz de fazê-lo?

Primeiramente a base da linguagem musical é sempre a mesma, funcionando como um alfabeto para uma língua escrita. Com as mesmas letras podem ser escrito um espiritual poema como uma série grande de palavrões os mais chulos. Logo, com as mesmas sete notas musicais (ou doze se nos referirmos à escala diatônica) pode ser composta uma obra-prima musical ou um lixo musical que fira não só aos nossos ouvidos, mas a nossa mente. Logo, o problema não é a base teórica da música ou a própria linguagem da música mas o que todo e qualquer músico possa fazer a partir dela.

Obviamente, e também desde a música composta e executada ao vivo até o surgimento da possibilidade de gravar músicos e cantores e ouvi-los depois, inaugurou-se dessa forma uma indústria determinada em ter em estoque canções e até músicas para satisfazer um público agora imenso e crescente ansioso para ouvir cada vez mais "música" mesmo que fundamentalmente, estatisticamente sempre ou quase sempre, seja sempre o mesmo do mesmo com pequenas e sutis variações.

Os grandes proprietários e gestores da poderosa e universal indústria do entretenimento, incluindo cinema, videogames e música é a japonesa Sony. Pense e reflita se os CEOs desse grande conglomerado ouvem os artistas que são produzidos por eles e cujas canções as pessoas comuns comprem? a resposta que parece obvia é não. Não ouvem, não apreciam e nem incentivam que seus filhos e filhas as ouçam ou as idolatrem.

Como toda indústria, apesar das acusações de exploração dos sectários e fanzines do socialismo, visa o lucro para se manter, dar uma vida de excelência a seus gestores e descendentes, o que é totalmente normal, para tal ela tem que sempre produzir o que se propôs por duas razões: suprir uma necessidade ou pelo menos um desejo das pessoas e influenciar as pessoas, nos seus valores, gostos e comportamentos. Carros são produzidos para levar as pessoas de um lugar para outro mas para serem facilmente manobráveis e cada vez mais velozes. Não se fabricam carros cada vez mais lentos como no início da indústria automobilisticas embora lentos levavam as pessoas de um ponto a outro mesmo gastando bem mais tempo.

Então como essa indústria adere, cria, assimila os modismos musicais surgidos na sociedade? como essa indústria se adapta e usa o que há em uma nação, em um país, em uma região com seus aspectos culturais e sonoros peculiares?

Astutamente, já que ela mesma não cria nada, garimpa o que há na população de consumidores para qual ela produzirá, divulgará e distribuirá tal tipo de "música". Desse modo pressupostos "talentos" medidos pela escala de valores e crítica duvidosa e dá a essa população de consumidores o mais próximo do que eles aspiram sem o saber.

No início da indústria fonográfica recorreram aos prostíbulos travestidos de bares e às igrejas e de lá, oferecendo dinheiro e fama fizeram os primeiros  cantores e cantoras para o público secular. O tão badalado rock'n roll, nasceu da performance singular da "irmã Roseta" que nas campanhas evangelísticas de sua igreja tocava guitarra elétrica e cantava os tradicionais cânticos de forma diferente. Muito tempo depois encontraram um jovem branco tão pobre quanto a maioria dos negros de sua região mas que curiosamente "cantava como um 'negro', ninguém menos que o grande ( grande barítono )  Elvis Presley.

Desse modo, tal fenômeno ou estratégia bem malandra foi e é reproduzida hoje, alavancada por empresários garimpadores de "novos talentos" tanto alavancados por concursos de cantores, lá atrás através do rádio e depois e hoje por grandes programas de concursos musicais nas tvs em todo o mundo, produzidos no mesmo esquema de país para país, variando apenas na exigência musical, geralmente gente bonita e vozes afinadas.

No Ocidente cristão e protestante, mas não só, temos mais recentemente a nomeada comercialmente "música gospel" que nem sempre e na maioria das vezes corresponde fiel, rítmica e harmoniosamente ao gênero gospel de fato, No Brasil é particularmente o segundo grande mercado, perdendo surpreendentemente apenas para o gênero neo-sertanejo.  

Desse modo por mais autruístas e espirituais, sinceros que os cantores e compositores "gospels" queiram se reconhecer ( e apesar do bem que esse tipo de repertório e temática não-laica realmente impacte positivamente as pessoas ) são tanto quanto os seculares e mundanos, pedras do mesmo tabuleiro, farinhas do mesmo saco. 

Diferentemente das grandes e ternas canções cristãs que foram compostas, divulgadas e se eternizaram sem nenhum esforço ou articulação mercadológica como "Castelo Forte" de Martinho Lutero ou "Amazing Grace" de John Newton, todas as composições de hoje seguem o esquema e o tipo de composição mercadológica.

Mas agora que vemos além da caixinha, saímos da bolha e vemos as coisas como elas são e a realidade não é nem de perto romântica como passam para nós (romântica no sentido lato de serem idealizadas ) o que fazer? não ouvir nenhuma música, nenhuma canção, nada?

As possibilidades estão no mundo para todos os propósitos: a mesma arma que pode ser meio de um crime pode ser a mesma que evite o crime e rechace o criminoso em potencial. Assim é a música ou mais exatamente a linguagem da música: se pode dizer ou expressar o que desejar! pode haver beleza, complexidade, originalidade, ser uma obra-prima ou algo absolutamente e indesculpavelmente medíocre, como na maioria dos casos acontece. Vem aí outro dilema: que valor há em ser sábio ao invés de néscio ou idiota se ambos morrem do mesmo modo? uma pergunta bíblica em um dos livros do grande Salomão.

Finalmente é indesculpável e não falseável que coisas boas produzem bem-estar real, verdadeiros e coisas ruins embora no deem uma sensação festiva sejam seus resultados nefastos ao final.


Por Helvécio S. Pereira

Graduado pela EBA/ UFMG em Desenho, Plástica e História da Arte
Graduado pela FAE/ UEMG em Pedagogia em em matérias pedagógicas



sexta-feira, 27 de outubro de 2023

COMO SÃO DADOS TÍTULOS AOS FILMES NO CINEMA

 


C
inema
é uma linguagem artística ( ou da arte ) complexa, trabalhosa e onerosa, cara. Portanto cada movimento, cada decisão em qualquer momento de uma produção cinematográfica pode garantir sucesso ou um verdadeiro desastre, artístico e financeiro.

Visto também que bons, excelentes filmes não ficam prontos de um dia para o outro, que a sua complexidade de dinâmica é demorada, de meses a anos, muitas decisões são tomadas antes, ao longo ou pós produção, o que respeita ao título de um filme não é diferente.

Muitos fimes não são resultados de roteiros inteiramente originais. Bons  filmes pode herdar de boa literatura a ideia e o tema explorado no filme. Desse modo o título de cada um desses filmes pode também ser herdado de obra artística anterior.

Suponhamos entretanto, que tenhamos que criar um título para determinado filme ou traduzi-lo a partir de um título original. O que não fazer:

- evitar cacofonia.

Cacofonias ocorrem quando duas ou mais palavras pronunciadas rapidamente soam como uma terceira palavra naquela língua. Ocorre como um acidente, não pode ser previsto mas pode ser observado e comprovado. Imagine um título original que traduzido para uma língua tal ( pode ser o próprio português ou mandarim, grego, francês, italiano, georgiano etc ) e ocorre que naquela língua haja uma palavra com outro sentido que corresponda ao som unido de duas outras palavras legítimas na mesma língua. Esse cuidado deve ser sempre observado.

-evitar ambiguidade

Ambiguidade ocorre quando uma palavra, principalmente no seu uso coloquial, assume vários sentidos diferentes e que colocadas em um determinado título, o leitor ou ouvinte, fica sem certeza ou sem clareza do que realmente se queira dizer. A exceção é os títulos dados à comédias, ou aos filmes de gênero comédia, justamente por ser desejável tal provocação.


-Evitar-se títulos desnecessáriamente longos ou grandes

Títulos grandes prejudicam a mensão do filme a outras pessoas e dificultam a lembrança. É comum alguém dizer a outra pessoa "-Você  já assistiu tal filme?" ( sem se lembrar total ou parcialmente de seu título ) 

Um exemplo é de um bom filme misto de excelente animação e filme com atores reais, estrelado pela atriz Angelina Jolie: " Capitão sky e o mundo do amanhã". Poucas pessoas se lembram do título do filme além de ter um problema de tradução parcial, pois a tradução integral  o tornaria pior ainda.

-Evitar traduções literais desconsiderando a cultura e o pensamento popular relacionado ao uso mais corrente de certas palavras. Um exemplo é que se evitou ou se fez uma tradução menos obetiva da animação "Dragon Ball".

-Evitar títulos cujas palavras ( especialmente nomes  próprios ou de lugares ) que tenham sons impronuciáveis em certas línguas. Sim porque é muito comum haver sons em uma língua que praticamente não existam em outras e cujos falantes jamais conseguirão pronunciar.

- Evitar-se revelar o filme ou ocultar totalmente do que se trata o filme. As consequências podem ser tanto o de ser dada uma ideia errada do que o filme trará ou revelá-la totalmente tirando toda expectativa.


Mas afinal, o que são títulos?


Títulos são nomes dados a coisas materiais como livros, discos, teses, dissertações, matérias jornalisticas, redações escolares, crônicas, canções, poemas, postagens em blogs como essa etc.

Entretanto, títulos de acordo com o meio ou o próposito, recebem nomes específicos:

- A maioria das coisas autorais, materiais ou não, recebem nomes ou títulos e assim são naturalmente reconhecidos ( afinal damos nomes às coisas desde que surgimos nessa Terra! ), entretanto se por exemplo, se trata de uma reportagem na TV ou em uma emisora de rádio, o nome é "CHAMADA."
Caso seja uma matéria escrita sobre qualquer assunto em um jornal diário ou não , em uma revista impressa ou não, o titulo em questão recebe o nome de "CABEÇA."

O objetivo de qualquer título, qualquer que seja o titulo ou propósito, é além de localizar o que foi escrito, produzido, feito enfim,  é o de lhe dar identidade, separando, singularizando-o diante de outras produções similares ou não. 

Finalmente um título pode ser aquém do que se fez, por exemplo o filme é excelente artística e tecnicamente e um título escolhido não lhe fazer jus, sendo bem aquém. O contrario também ocorre: um título grandioso para um filme muito menor ou até mesmo medíocre. 

Se há de se escolher ou criar, ou mesmo traduzir um título o que fazer como solução correta?

- Traduzir com inteligência, FIELMENTE se for o mais conveniente; PARCIALMENTE se se mostrar a melhor ou uma boa solução, ou  não traduzi-lo de jeito nenhum , usando o seu nome no idioma original!

"DRAGON BALL" ------- numa tradução literal: "AS BOLAS DO DRAGÃO", numa cultura sexualzada exageradamente e com tendência a fazer piada com coisas ligadas à sexualidade ou sexismo não é difícil imaginar-se o que resultaria em um título desses para o mesmo filme ou animação.

"CAPITÃO SKY E O MUNDO DO AMANHÃ"---- nem é necessário esclarecer que os falantes de língua inglesa não ignoram o sentido da palavra "sky" como se fosse apenas um nome próprio, um apelido sem um sentido objetivo em sua própria língua. Nós falantes de língua portuguesa ou mesmo de mandarim, grego, húngaro, russo etc, podemos tender a pensarmos na palavra "sky" apenas como um nome, assim como nós pensamos na estação russa "MIR" sem pensarmos que signifique "PAZ". Ou quando ouvimos a palavra "PLANETA" pensemos logo em "VAGABUNDO" ou "ERRANTE" ( vagabundo aqui não significa quem não trabalhe ou viva no ócio ). Não resolveria o problema traduzindo todo o título "CAPITÃO 'CÉU' E O MUNDO DO AMANHÃ". Na verdade redundaria em uma confusão maior e em um titulo ainda mais sem graça e sem força.

-Usar-se nomes curtos e portanto facilmente lembráveis e mencionáveis a outras pessoas, promovendo quase automaticamene o filme:

"TITANIC"

"BARBIE"

"TARZAN"

"BATMAN"

"SUPERMAN"

"SPIDERMAN"

"INTERCEPTION"

"INTERSTELAR"


etc

- Usar-se nomes curtos e sem aparente significado mas com sonridade impactante, forte e fácil:


"007"

"MATRIX'

"HULK"

"MISSÃO IMPOSSÍVEL" ( não esclarece e nem oculta a estória do filme e é sonoramente forte, tal qual o título original ( MISSION IMPOSSIBLE  )

"2012"

"2002"

"1984"

ou 

"2001, UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO"

"OLGA" ( um filme brasileiro )

"TITANIC" ( para quem sabe minimamente os fatos realacionados ao navio que realmente existiu tudo bem, mas pense em espectadores sem maiores informações históricas?)

"BARBIE" ( na realidade um apelido para "Barbra em inglês, ou Bárbara em português, nome da filha da criadora da famosa e bem sucedida boneca! )

Bem por ora é isso.

Tente-se lembrar de nomes de filmes que você tenha assistido ou conheça e tente imaginar ou traduzir esses títulos criando títulos melhores. 

Bom trabalho e boa experimentação.


Até a próxima postagem.





Helvécio S. Pereira

Graduado em Desenho, Plástica e História da Arte pela EBA/UFMG
Graduado em Pedagogia e matérias pedagógicas pela UEMG




terça-feira, 4 de julho de 2023

A MÚSICA E DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES IMPORTANTES

 


Q
uando pesamos em música pesamos em duas coisas momentos solenes como cerimonias militares, religiosas e festas. Ou seja a música apenas que funcione como elemento decorativo ou simples entretenimento. Primeiramente em cerimônias ocasionalmente importantes social ou politicamente ou lazer para as massas.

Há também parte de uma pseudociência que parece atribuir à música poderes miraculosamente supostos curativos como no caso do placebo da musicoterapia. O que se sabe cientificamente é que a música melhor elaborada pode causar efeitos substanciais, desejáveis e louváveis em quem a produza e quem a ouça. Pode proporcionar desde uma maior percepção e sensibilidade não só a sons mas também maio r capacidade de organização,elaboração, expressão de ideias além da imaginação em geral.


Estudar ou não estudar Música?

Entender ou não entender realmente de música e a música?

São decisões totalmente pessoais e que cada um deva tomar e ter objetivos mais amplos a serem alcançados pois trata-se de um conhecimento que alguns saberão mais e mais corretamente, mais corretamente lincados a todas as coisas e a uma realidade mais ampla e importante e outros não.

Como vemos a música em nosso próprio país?


Como já vimos a música funciona como elemento secundário embora importante apenas para valorizar algo que se deseje ou com puro e fugaz entretenimento, ou seja um passa tempo e nada mais.

Mas seria só e somente isso e nada mais?

A Música como linguagem,sofisticadamente elaborada e construída, poderia efetivamente contribuir para algum desenvolvimento pessoal e coletivo?o que se ganha ou se perde com o conhecimento musical ou sem ele?


Se examinarmos mais acurada e atenciosamente toda a história humana, constataremos surpresos,que sempre que um povo, uma nação,uma cultura,uma etnia, desenvolve uma arte mais sofisticada,elaborada, isso resulta inegável inexoravelmente, em um maior,melhor e mais decisivo desenvolvimento tecnológico e humano.

Algo como melhor e maior percepção não só dos sons musicais mas de detalhes mais finos ou sutis da própria realidade;maior capacidade de compreensão e de abstração; maior criatividade e domínio das próprias emoções, auto organização, autoconhecimento, de auto crítica etc,  são habilidades realmente notáveis além do espírito colaborativo e sociabilidade.  


Então, já foi dito em outras postagens e textos que há uma importante ligação entre um desenvolvimento artístico mais complexo e um desenvolvimento tecnológico ou seja: todo povo que concebeu uma arte mais elaborada consequentemente desenvolveu uma tecnologia que mereceu destaque. Foi assim com os egípcios e com povos e culturas antes deles que legaram a eles tecnologias importantes. Isso tem ocorrido em toda a história humana, da antiguidade à modernidade. Esse fato ou fenômeno ocorre ainda hoje e francamente visível em nações e países que se destacam hoje pela riqueza,organização social e tecnologia de ponta. 

Isso é mais notório quando se observa pessoa,indivíduos, que oriundos de um lugar e cultura se apropriam dessa arte mais sofisticada. A grande China que passou dois séculos no ostracismo,saltando de um feudalismo atrasado para uma industrialização forçada, colhe hoje avanços tecnológicos surpreendentes após ter rejeitado os livros e conhecimento ocidentais e ter voltado e decidido se apropriar de tudo que tinha desprezado.    

A verdadeira Arte, ou mais precisamente o seu desenvolvimento verdadeiro, proporciona avanços no pensamento abstrato,na imaginação,na criatividade e na correta relação do que se imagina e do que se tem.


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