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A faculdade humana de poder traduzir através da linha ou traço o que vê diante de si ou ainda o que imagina em sua mente possibilitou o gosto por um tipo de representação: a paisagem. Desenhada ou pintada ela funcionou, antes da invenção da fotografia, como o registro e a descrição do horizonte visto diante de nós. Teve papel fundamental no registro das novas terras descobertas, contato com novos povos antes desconhecidos e como eram a sua aparência e costumes.
O registro através do desenho da paisagem pode ser fruto de uma memória afetiva. Por exemplo, pessoas que vivem nas grandes cidades colocam em suas salas de estar e de jantar uma paisagem com montanhas, rios, vales, pastagens, etc. Tudo o que sabemos das cidades em um período anterior a invenção da fotografia se deve ao registro através de desenhos e -pinturas de paisagens urbanas de cidades como Paris, Rio de Janeiro, Nova York, Londres, etc. Há de ser lembradas ainda as Marinas, paisagens onde o mar e barcos pesqueiros se fazem presentes.
Nos filmes, histórias em quadrinhos, ilustrações de livros, vale destacar a criação de paisagens fictícias importantes na ambientação das histórias, na construção do mundo necessário para que as personagens ganhem vida. Outra variedade de registro desse tipo seriam os casarios e paisagens rurais.
Entretanto, na pintura, a introdução e o gosto pela paisagem, foi um processo não tão rápido. Após a Reforma Protestante, pintores e desenhistas deixaram de ter a representação de santos católicos como um tema explorado na pintura. Daí nos países protestantes como Holanda, entre outros, os pintores passaram a pintar paisagens e também natureza morta. Porém tais obras só eram encontradas em residências humildes.