O título que pareceria óbvio em um país tão grande e com cinco séculos de formação, parece ser uma novidade e uma exceção milagrosa, uma espécie de oásis e uma notícia sensacionalista! quase uma chamada invertida, algo como a notícia de um homem que teria incrivelmente mordido um cachorro!
A Música começou com a intuição! nos textos bíblicos um descendente de Caim é apontado com um que se ocupou em criar instrumentos musicais, de tal modo seu trabalho e inciativa foram tão bem recebidos que juntamente com a sua citação de seu nome.
Sabemos que a Música nasceu intuitiva por que certamente fomos movidos a reproduzir os sons agradáveis da natureza em oposição aos sons assustadores e desagradáveis, indicadores de desastres e possivelmente até mortes, como os sons de tempestades, terremotos, maremotos, ventos, furacões, vulcões, raios, desabamentos, etc.
Aprendemos prontamente a separar os risos dos prantos, os gritos de alegria dos gritos de pavor e de dor; dos ritmos previsíveis e indicadores de normalidade como a batida do nosso coração dos ritmos quebrados, interrompidos, instáveis.
Os sons intuitivos igualmente foram igualmente reconhecidos assemelhadamente como vozes femininas, masculinas, infantis, maternais, de aviso, de ordem, condutoras, mais sérias, menos sérias, e assim inconscientemente permanecem após a consolidação da chamada Música Ocidental em todas as suas matizes, mais fortemente na chamada música erudita ou de concerto.
A Música nascida secular e não religiosa ( na verdade sempre oscilou entre os dois estremos e justamente isso a fez avançar! ) se torna excencialmente religiosa e rica tanto na sua concepção como na sua formulação, nascendo inspirada na independência apreendida a partir dos caminhos dos corpos celestiais há época conhecidos dá origem dentro de si à polifonia! Vozes diversas, cada vez mais vozes tomando seus próprios caminhos em uma mesma peça musical sem perder uma ligação entre todos esses caminhos e todas essas variáveis, pé a sinfonia!
Ainda a seguir a Música, rica e maravilhosa música usada para louvar a Deus e se referir a um patamar de perfeição apenas imaginada como sombra na realidade humana agora é descoberta como linguagem para falar do próprio homem, das múltiplas relações humanas, seculares, filosóficas, nascendo a Ópera.
Temos em todo o tempo, após serem ficados os marcos básicos da Música Ocidental ( não foi o único sistema invetado mas o mais bem sucedido e prático, a semelhança dos algarismos hindus-arábicos e sua natural prevalência na sociedade humana ) duas músicas paralelas: a popular, nascida primeiramente e a erudita ou clássica ou de concerto! De certa forma um alimenta a outra, uma introduz a outra em uma dialética intermitente. O último passo seria a invenção da Harmonia, etapa que se desenvolve ainda, todos os acordes possíveis e a descoberta que os modos maiores e menores podem por si só separar a alegria da tristeza, o divertido do sério, o prazer da dor.
É também óbvio que a Música erudita seja o exemplo prático e real de perfeição ( não confunda-se peças eruditas e autores eruditos ) e que a Música Popular na medida do possível beba dessa perfeição técnica realimenta a Música de Concerto por abordar mais igualmente uma multiplicidade muito maior de temas. A Música Erudita da mesma forma possui maior durabilidade e memória do que a Música Popular que raras exceções é rápida e facilmente desgastada naturalmente, substituída e esquecida.
Já escrevera eu outra postagem sobre esse mesmo tema intitulada "Yes, nós temos Música Clássica!" e como da outra vez faço uma divulgação de uma apresentação com músicos de orquestra desconhecidos no mundo, sem espaço na mídia e na memória das pessoas que em nada perdem em comparação com muitos dos muitos músicos eruditos de outros países, especialmente europeus, asiáticos e norte-americanos dos EUA ou do Canadá.
Curiosamente o vídeo da apresentação abaixo, tem no Youtube, até a data que por acaso me deparei com ele, apenas 230 visualizações! nem os parentes dos músicos, nem as pessoas da platéia na aprestação, nem as escolas que lhes proporcionaram a formação necessária, longa e difícil, se deram a oportunidade de prestigiar tão boa apresentação de uma obra de um autor tão festejado e executado no mundo da música erudita no mundo hoje. Que pena! A mesma peça com outras orquestras do mundo têm centenas de milhares de visualizações e algumas pianistas chegam a ter entre um e dois milhões de visualizações, com a mesma qualidade técnica-musical, sonoridade e espaço próprio para uma apresentação de igual nível.
Isso não mudará no Brasil! por vários e diversos e incontroláveis fatores, a Música Erudita no Brasil apenas sobreviverá como um gueto nobre, importante, e para poucos que sabem o seu valor, que a tocam e que aprenderam a ouvi-la!
Por Helvécio S. Pereira
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