Após mais uma etapa falando coisas sobre a música em duas escolas para mais de mil alunos, a resistência e a dificuldade para a percepção desse fenômeno humano fica mais uma vez patente e tristemente patente.
Além de toda a ignorância, de toda a falta de informação acerca da música, a uma falta de sensibilidade pelo próprio apedeutismo e por uma resistência contra aquilo que pode e é objetivamente ser considerado superior, não por ser diferente, mas por ser mais complexo, mais exato, menos improvisado e menos presunçoso.
Ideologicamente um ativismo tosco e sem base se fez em todos os níveis da educação gritando aos ventos que a tal música clássica ou música erudita ou música de concerto é uma manifestação petulantemente burguesa que deve ser ignorada, desprezada, ridicularizada e combatida ideologicamente.
O resultado é que no Brasil curiosamente e em mais alguns rincões definitivamente atrasados do mundo a música não só comercializada ,produzida para se fazer capital, é tão ruim, e pior do que ruim, é danosa aos valores e o comportamento social de jovens e agora não só de jovens mas também de muitos jovens adultos.
Curiosamente também, em todos os países visivelmente vistos de fora, e considerados de ideologia de esquerda como China, Coreia do Norte e igualmente países capitalistas como Coreia do Sul, Japão, o ensino e a audição de música de concerto é não só incentivada principalmente entre os jovens mas com milhões e milhões de fãs e pessoas estudando e aprendendo música verdadeiramente. Nesses mesmos países, o melhor da música mais popular como Gospel, Blues, Rock, Country, Bossa Nova, etc são igualmente estudados e aprendidos como conhecimento artístico importante, desejável e necessário.
Que reação diferente do que ocorre no Brasil diante de uma audição ou de uma performance de alguém com talento e técnica musical resultante de décadas de dedicação. Yuja Wang:
Uma segunda opinião:
Finalmente ( e por enquanto ) a Música, como sistema, continua uma ilustre desconhecida para a imensa maioria das pessoas, inclusive as com educação superior, por que é encarada e consumida como simples entretenimento e não compreendida como linguagem que obrigatoriamente compreenda uma emissor, um decodificador e claro uma mensagem.
Esse desconhecimento e essa relação explicável mas não desejável gera bizarrices como a idolatria exacerbada de músicos, cantores, artistas, composições e mesmo performances e eventos tidos como musicais.
Por Helvécio S. Pereira*
*graduado em Desenho, Plástica e História da Arte pela UFMG/
graduado e licenciado em pedagogia pela EAE/ UEMG
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