Antes de se responder a esta oportuna e necessária questão há se deixar claro alguns conceitos e definições erráticas acerca não só da Arte como dos artistas:
A Arte é realmente importante independentemente de como ela seja expressa e apareça diante de nós seja ouvindo os seus sons, vendo as suas expressões visuais e mesmo habitando dentro dela ( no caso da arquitetura ) ou vestindo-a (O como no caso da moda )?
Primeiramente ( por necessidade de ordenação e organização ) a Arte não é uma instituição isenta de inutilidades, erros grosseiros, promiscuidade com instituições ( sejam elas religiosas, políticas, ideológicas ou o próprio mercado ) e em segundo lugar o artista em geral e isto é mais verdade contemporaneamente não é um cidadão ou não, iluminado e abençoado com alguma clarividência sobrenatural ( tomando emprestado um termo criado e usado por kardecistas ou espíritas modernos ) não sendo um guru, profeta, santo ou sábio, muito ao contrário tendo de fato uma enorme parcelas dos artistas factualmente fugidos da escola e os que se autonomeiam "intelectuais" aparentam saber mais e além das pessoas comuns apenas pelo exotismo e tempo despedido em ler certas obras e autores praticamente da moda, ou seja tendo ouvido só um lado do que se chama comumente hoje de narrativa. De fato escolheram um lado da realidade e passionalmente têm um caso de amor com apenas alguma visão dos fatos e não com a mais concisa realidade e se arvoram em serem palpiteiros sobre o que praticamente não conhecem com profundidade.
Se perguntarmos para a maioria das pessoas comuns e outras nem tão comuns, ou mostrarmos a elas, ambas alguma obra recente imposta pelo mercado ou por alguma parcela de críticos de arte cujo trabalho é promover certa turma de artistas usando de um palavrório inacessível ou pouco passível de ser desconstruído por alguém que não seja do meio "artístico", nos dirá ( as pessoas mais comuns e outros ) que tais obras são simplórias, ridículas ou feias. Algum mais entendido de arte pode argumentar que em vários períodos da história da Arte, muitos gêneros artísticos, muitas tendências artísticas e movimentos artísticos foram em seu tempo bastante questionados, desprezados e ridicularizados, por exemplo o Barroco, entre tantos outros. A admiração e reconhecimento só foram obtidos muito tempo depois.
Entretanto há uma distância enorme entre o que resultado de elaboração complexa e plenamente justificada e algo que aparentemente produzido casuisticamente e sem complexidade artística aparente nenhuma, simplesmente como algo que é feito e dê um resultado aleatório esdrúxulo.
Como justificar ( e isto é fato, aconteceu realmente não apenas uma ou duas vezes, mas várias no mundo ) em que uma pintora ou um pintor, tira as suas roupas, se besunta de tinta e senta-se em um tela em branco ou nela se esfrega produzindo uma imagem, uma série de manchas únicas que qualquer pessoa ou criança seguindo o ,mesmo fazer conseguiria um tal resultado "artístico"?
Os exemplos de "pinturas" deste tipo feito por autodenominados "artistas" e de igual criatividade das pinturas feitas por elefantes treinados, macacos, e outros animais é de qualidade no mínimo duvidosa e duvidável.
Mas antes fosse só isto: a a questão dos temas e do que cada obra "artística", cada exposição "artística" ou o que se coloca na obra, se diz e se intui é de uma pobreza rasteira levando-nos a supor que tal artista ou artistas são apedeutas, tolos ou loucos.
Se a manifestação artística em suas várias modalidades ( música, teatro, arquitetura, moda, cinema, dança, pintura, desenho, etc ) só perpetuam algum reconhecimento por serem consideradas únicas, complexas, ricas em sua temática e abordagem, matematicamente construídas, únicas, como igualá-las as que não ´preenchem tais requisitos?
Como disse bem o dramaturgo e escritor Aruana Suassuma acerca de uma crítica de arte vendida feita por um crítico de música popular profissional em um grande jornal acerca do guitarristas Ximbinha: "Genial"]... Suassuma asseverou que se se gastar "genial" como o Ximbinha, que termo sobrará para adjetivar o grande e maior gênio da música de todos os tempos, J. S. Bach?
Não se pode sob desculpa alguma, ou mesmo pelo malfadado "politicamente correto" igualar-se coisas de méritos indiscutivelmente diferentes principalmente que em situações normais e totalmente predominantes, todos nós, no mundo capitalista ou socialista, mesmo porque não depende de conceitos ideológicos, escolher o ,melhor em detrimento do pior, seja uma roupa, um eletrodoméstico, uma roupa, um cônjuge, a cor de uma parede, um tipo de janela ou mesmo um bairro ou cidade que se pretenda morar.
Em todas as situações sabemos e escolhemos em situações totalmente normais entre duas coisas sempre a melhor, se é nos dada a oportunidade de julgamento, comparação e escolha. Por que na "arte" seria diferente? não é! nunca foi e repito não será jamais e não é no presente.
Em todas as atividades humanas há a natural identificação do falso, da imitação, do sem originalidade, do que é feito oportunisticamente, da fraude, do mal feito, do bonito e do feio e principalmente do que é inútil!
Que se dê um rápido olhar para a produção artística contemporânea que facilmente se pode listar o que rapidamente é ou será em breve tacitamente descartável e que não permanecerá como tantas obras unânimamente e universalmente reconhecidas como obras primas, exemplos de singularidade positiva do espírito humano. Como podem tais obras e produções "artísticas" serem forçadamente reconhecidas e propaladas como algo que valha sendo que a razão diz a todos que elas não têm realmente valor?
Que lucro social, que aquisição intelectual, que reflexão inquestionavelmente positiva se pode extrair de certas "músicas", canções, peças teatrais, filmes, fotografias, pinturas e desenhos? ou ainda de certas modas, estilos de roupas, tendências?
Que impacto positivo e realmente revolucionário no melhor sentido produzirá nas próximas gerações ou significará decidida e realmente uma "involução", retrocesso, decadência?
Comprovadamente não é necessário a palavra de um "crítico" ou de um "especialista" exótico em arte para perceber e dizer isto: há realmente muita coisa ruim, danosa, duvidosamente artística imposta goela abaixo de uma geração inteira que pode não conseguir se erguer tanto intelectual como sensorialmente.
Quem ousaria apostar o contrário ou assumir a terrível conta a ser paga e o trabalho hérculo de reerguer e recuperar aquilo que foi desprezado, desconstruído e desprezado em nome de nada?
Será que em todas as nações e países realmente se está sendo permitido tal processo decididamente perigoso? trata-se uma regra global ou há ainda mentes e ações preocupadas e responsáveis em impedir que isto aconteça em tantas culturas?
Outra questão é que boa parte da "arte" não nasce em escolas ou nas escolas, de fato boa parte de tendências e gêneros artísticos surgiram fora da escola e a despeito da escola, seja da educação formal e sua opinião bem como de escolas e cursos livres, muitos deles fomentadores de novas tendências, técnicas artísticas e experimentações artísticas. Contrariamente a educação formal e focalizada publicamente têm se arvorado em partidariamente eleito o que deva ser "arte" e o que não deva ser "arte", pelo menos alguma que seja a que deva ser aceita e valorizada socialmente.
O que acontece e é ampla e certamente percebido através das produções e diversas linguagens artísticas é tendência ao simplismo, à superficialidade e à chamada lacração gratuíta quando posições e ativismos ideológicos subvertem e atropelam outras mensagens claramente mais importantes e muitas vezes a real e a primeira razão e não da forma como está sendo feito e direcionado.
Um dos mais novos exemplos é o comercial encomendado pelo Guaraná Antártica e aceito pelo fabricante em que o tema é a família e o Natal e que perde boa parte da trama do pequeno esquete com um casal de lésbicas promíscuas, pois além de serem apresentadas como homossexuais, uma delas é infiel à parceira... além de desnecessária as personagens ainda são caricatas em contraponto a nenhum aprofundamento nas outras demais personagens e a pergunta é "por que"? já que taticamente contradiz majoritariamente a crença cristã seja católica ou protestante ( evangélica ) brasileiras. Se fosse um comercial "conservador" enaltecendo o patriarca de uma família patriarcal seria imediatamente alvo de mimimis e de "críticas intelectualóides", ou alguém duvida?
Ou seja além de ser simplista, nada sofisticada, mal intencionada, desonesta, é indubitavelmente ruim! clichê, kit, descartável e só tem aplausos de um gueto que a bem da verdade não vai aumentar consideravelmente as vendas do bom refrigerante, ao contrário a realidade do "quem lacra não lucra" pode atingir de cara os cofres dos seus fabricantes.
Enfim o que prevalecem são trabalhos artísticos de técnica fácil, temas simplórios ou apressados ou claramente excêntricos com uma clara tentativa falsa de serem "originais" e tudo isto alavancado e garantido pela classe de "críticos de arte" e pelos círculos tradicionais de divulgação artística.
Tudo se parece originar a partir do momento que sugere que há uma "arte tradicional", uma "arte moderna" abrindo caminho para uma "arte contemporânea" sugerindo que o novo é automaticamente elevado e portanto "melhor". o que factualmente não é uma verdade acrescido da falsa premissa de que "qualquer um pode ser artista"!
Outra característica é que não parece ter sido produzida por algum não adulto!