Hoje a nossa mania e facilidade em fotografar lugares em que visitamos, sejam lugares desertos como praias solitárias, cachoeiras inacessíveis ou cidades apinhadas de pessoas ocupadas nas mais diversas e rotineiras lidas adveem da invenção de um dos grandes imperadores chineses, dessa mesma China, que segundo as más línguas, promoveu o descobrimento do Novo Mundo bem antes dos portuguêses e que graças justamente à essas informações, possibilitou alguns séculos depois que os europeus aqui aportassem não por acidente mas planejadamente.
Uma outra linguagem que inovou e mudou até os dias de hoje a nossa maneira de nos relacionarmos com a realidade a nossa volta foi certamente a invenção das Esculturas. Tornar material e tridimensional uma ideia, um mito, uma divindade ou mesmo o registro fidedígno de uma pessoa foi algo revolucionário e que permanece até hoje com o mesmo poder e eficácia. As esculturas são feitas para durarem indefinidamente. Inconscientemente feitas para nos sucederem e sobreviverem à nossa própria geração e quiça à todas as seguintes, quase que indefinidamente.
Uma terceira linguagem genialmente inventada ( ou descoberta, depende como se veja )foi a da Arquitetura. O ser humano antes habitante integrado à natureza, seja dormindo quase ao relento sob árvores, refugiados em cavernas, no alto das árvores um dia talvez inspirado nos pássaros, certos mamíferos ou em cupins ( térmitas ) começa a construir artificialmente abrigos e com a sofisticação e motivos alheios à própria necessidade de simples proteção, mas por ostentação, começa a construir fortalezas, palácios, monumentos diversos que ultrapassando a natural e objetiva funcionalidade funcionam com aviso e marco de poder criativo e capacidade de concretização de ideias e planos. E isso não mudou em nada até hoje!
Uma outra linguagem revolucionária foi e é certamente a Música. Nascida primariamente intuitiva e assim permanecida por longo período da nossa história, ela é finalmente organizada em algumas culturas, sendo a organização mais bem sucedida exatamente a música racionalmente concebida e organizada pelos gregos, a chamada "Música Ocidental". Transformada modernamente em mania e vício, algo integrado à nossa existência, pelo acesso e aparente gratuidade, media crenças, valores, insufla comportamentos entre dois polos aparentemente diametralmente opostos: o sagrado e o profano. Moderna e atualmente media ou participa do jogo de conquista e assentimento entre os sexos masculinos e femininos. Que seria do romantismo sem o engodo das canções românticas entendidas simploriamente como únicas carregadas da paixão e da eficiência do flerte?
Não são as únicas linguagens inovadoras, falarei de outras em uma segunda postagem, mas por hora vale lembrar que se temos informações sobre o seu mecanismo ou não, se dele ou delas, desconhecemos totalmente, inadvertida ou conscientemente, todos somos profundamente afetados pelo seu agir secreto e silencioso e não menos eficiente.
Por Helvécio S. Pereira*
*graduado em Desenho e Plástica e História da Arte e pedagogo
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