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domingo, 4 de setembro de 2016

VEJA E OUÇA O GRANDE PIANISTA LANG LANG TOCANDO GERSHWIN, RHAPSODY IN BLUE E APRENDA A SENTIR A MÚSICA ERUDITA...

A música com a sua popularização e com a crescente possibilidade técnica que propicia produzir, fazer, criar música com muito conhecimento e com pouquíssimo conhecimento musical, com a possibilidade de transformar em dinheiro, em muito dinheiro qualquer coisa que se pareça vagamente com música, com a possibilidade real de agregar a uma pseudo música coisas e valores que nada tenham a ver com ela, com a música, permite que se ignore tudo ou quase tudo sobre ela nos dias de hoje.

Seria como fazer sexo com alguém , pode ser fazer por todos os motivos louváveis e reais, motivos esses de alta complexidade humana ou por nada, ou até criminosamente contra alguém. A escolha e as várias possibilidades estarão sempre diante de todos nós. Cabe a nós inteligentemente ou caoticamente escolhermos o caminho mais nobre, mais razoável, mais mentalmente recompensador. Curiosa ou desastrosamente muitos hoje nos meios acadêmicos ou oriundos destes defendem sem que nem para que, não há distinção entre uma possibilidade e outra, ou pior: o caminho mais fácil, o mais simplório, o mais acessível seja o caminho que sobreviva e ainda deva ser estimulado nas novas gerações.

A prova contundente e em contrário é justamente o fato de que a música produzida há muito tempo, ou até mesmo há algum tempo antes da atualidade, por músicos, que pouco ou muito menos em fama e em dinheiro ganharam com sua genialidade que nos enchem olhos e ouvidos seja a única que sobreviva, permaneça, reconhecidamente como genial, nobre, complexa, exaltada e que ainda em todos os países modernos, seja a única a ser preservada, aprendida, admirada e reconhecida, seja em países capitalistas ou socialistas, até em países que ficaram alijados e isolados sem essa musicalidade como o Alfeganistão, Iraque, na África, etc. É ainda a única que une realmente pessoas, de povos, de culturas diferentes e antes em muitos momentos inimigas, entre pessoas talentosas de idades, sexo, e etnia diferentes e diversas. A única acima de diferenças que fizeram tantas vezes povos em que essas pessoas e musicistas são originários, inimigos mortais.

Nessa postagem a interpretação, parte dela, de um jovem e virtuose pianista chinês, tocando um autor americano, filho de judeus russos, em um piano de marca nobre de um fabricante judeu, com músicos e plateia de pessoas tão diversas juntas em uma cidade imaginada e simbolicamente cosmopolita.

Mas atentemos para algumas ilusões ou certas ideias ditadas pelo senso comum:

Um músico erudito sabe mais que outro. ERRADO!

POR QUE?

Todo músico erudito, assim como todo médico tem obrigatoriamente formação semelhante e tecnicamente não há peça musical que um consiga tocar e outro não. O que difere um de outro e a personalidade, a preferência por tal e tal estilo, por tais e tais autores, etc.

Um músico erudito toca porque simplesmente sabe onde tocar, como um datilógrafo exímio que sabe digitar rapidamente e sem erro. ERRADO!

POR QUE?

O treino e a técnica realmente possibilitam que tais músicos toquem qualquer peça musical que lhes seja pedida mas a diferença vai além disso, bem além: o músico erudito percebe e "lê" o que ao autor intencionalmente colocou em sua obra e traz isso de volta na sua interpretação.

É possível usufruir da música em sua toda potencialidade sem estudá-la. ERRADO!

POR QUE?

A Música é originalmente complexa e genial. Os gregos nos legaram um grande presente, rico, singular e complexo. Ignorar tudo o que nos legaram e que foi desenvolvido historicamente de forma penosa e lenta, não é nem razoável e nem inteligente.

Por Helvécio S. Pereira


Lang Lang








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