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quinta-feira, 22 de março de 2018

O RETRATO

Nós não nos conhecemos. Passamos toda a nossa vida vendo os nossos semelhantes.Vemos incontáveis rostos. Os memorizamos, boa parte deles jamais serão esquecidos, por serem pessoas importantes pra nós ou devido a traumas. Recentes pesquisas comprovam que ovelhas podem reconhecer rostos humanos. Sabemos facilmente detalhes e defeitos, bem como qualidades, das feições alheias e pouco, bem pouco das nossas mesmas.

Há algum tempo vi em um documentário uma bela mulher africana com cerca de trinta anos, moradora de uma região deserta, que nunca tinha visto o seu próprio rosto, ficou feliz e maravilhada quando o câmera mostrou a sua foto em sua própria câmera para a jovem.

Na história humana, demoramos muito tempo a vermos a nós mesmos. Primeiramente o que nos possibilitou essa experiência única foram as águas límpidas e paradas de lagos ou em alguma vasilha, mas nunca ainda como os nossos espelhos modernos de vidro. Na antiguidade, na época de Cristo, os espelhos eram de latão ou de bronze, permitiam apenas uma imagem opaca de que pretendia se ver em um deles. O apóstolo Paulo faz uma comparação referindo-se ao conhecimento humano das coisas: agora vemos por espelho, um dia veremos face a face. A comparação era com espelhos metálicos e não vítreos como os modernos de hoje.

Os retratos, desenhados e interpretados ao serem feitos por desenhistas, pintados por pintores que julgavam o que registrar ou não e por fotógrafos que escolhem a melhor pose ou luz são importantes e sempre foram desde as suas respectivas confecções e registros desde a época em que foram desenvolvidos para vermos um pouco de nós mesmos, conhecermos certos aspectos, acompanharmos as mudanças naturais ou acidentais em nossa própria vida.

Retratos eram uma possibilidade de pessoas poderosas ou ricas ou ambas as coisas. Sempre foi um recurso memorístico de pessoas privilegiadas. Só mais recentemente com a democratização da tecnologia que todas as pessoas têm a visibilidade e a possibilidade de autoregistro só proporcionado pela mídia e pela natureza de seu trabalho das celebridades com incontáveis fotos e divulgação de imagens.

Logo o registro de imagens, o retrato humano, tem dois vieses: do ponto de vista do artista esse se debruça em catalogar e registrar as múltiplas combinações de traços físicos humanos. DO ponto de vista do fluidor da arte do retrato, se conhecer e se reconhecer como indivíduo e a singularidade de seus próprios traços e características étnicas.

Nessa primeira parte de uma série de postagens sobre esse assunto, nos concentraremos em ver alguns retratos produzidos por diversos artistas, seja na pintura e no desenho, em outra construiremos organizadamente as possibilidades de traços e característica étnicas.


Por Helvécio S. Pereira


















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