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quarta-feira, 8 de agosto de 2018

O USO RELATIVISTA DA ARTE... A BANALIZAÇÃO DA ARTE!

Ultimamente algum tipo de ativismo tem se instaurado vindo de setores do mundo acadêmico com repercussão e implicações na sociedade, na educação e no modo de como as pessoas passam a ver, produzir e consumir a Arte.

De modo absoluta e terrivelmente  simplista passou-se a ver a Arte divida em duas categorias: uma Arte "elitista" e outra "de todos" em que qualquer um por qualquer motivo, por motivo que lhe dê na telha, possa produzir irresponsavelmente o que queira, sem nenhuma ou pouca ligação com o que fora penosa e demoradamente construído como aquisição humana e realmente, de fato universal.

De modo direto, ficar pelado, nua, enfiar objetos em orifícios corporais, dizer blasfêmias sem mínimo respeito a crenças e cosmovisões alheias, promover rupturas irresponsáveis, ofender, anular valores, estabelecer outros destrutivamente e por aí se vai.

Basta se ter contato com uma nova "técnica artística" que na maioria das vezes não é tão nova e nem tão genial é capaz de elevar qualquer apedeuta a categoria respeitável e "intelectual" de "artista!

Mas será assim que as coisas devam ser vistas e enfiadas nas nossas gargantas e principalmente nas gargantas das novas gerações?

Tomemos o exemplo da música: inventada pelos geniais gregos, aproveitando tardias e demoradas invenções bem anteriores a eles, criaram definitivamente um sistema que pouco se mexeu e funciona de forma eficiente e maravilhosa até hoje. Custando milhares de anos, tantos que não se tem certeza absoluta de quando e como tenha se iniciado essa organização, por exemplo as pentatônicas constituem uma invenção chinesa que alcançara a longínqua África em tempos imemoriais, atravessando toda a história grega, alcançando a dominação romana chega à Idade Média e um padre regente de um coral confere a cada grau da escala uma sílaba extraída de um hino a são João Batista.

Acrescente-se a isso o desenvolvimento a partir da fala, de um dos elementos fundamentais da música, a melodia, desenvolvendo-se a seguir a polifonia, o contracanto que embora abandonado é revivido e levado a perfeição máxima por ninguém menos J.S. Bach, cerca de quarenta anos após o seu esquecimento. Segue-se por último a exploração da Harmonia, grande desenvolvimento musical ocorrido especialmente a partir do início do século XX, com o Jazz, Soul, Gospel, Blue, não necessariamente nessa ordem, e também com a Bossa Nova.

Agora, qualquer idiota com um computador ou a partir de um smartphone pode produzir algo reconhecido porca e tendenciosamente como "música", música que nem é pois se é cantado, com uma letra, um verso, o correto é canção e não música.

Cria-se ainda uma categoria profissional, bem paga, respeitada e ouvida nas suas opiniões estapafúrdias, como Funkeira, Mc, Dj, Rapper, e o que pior cada vez produzindo coisas piores, cada vez mais apressadas, menos elaboradas e maios desastrosas e irresponsáveis.


Curiosamente, as "esquerdas" em seu discurso acadêmico, combatendo o que e a quem eles chamam de "elite" e "elitistas" apoiam esse tipo de banalização da Arte. Esses mesmos ativistas "socialistas" esquecem que nos países onde o comunismo ou socialismo foram implantados, a educação de qualidade e a priorização de um tipo de arte louvável, universalmente reconhecida, como no caso a música clássica, foram de fato e realmente priorizados, bem diferente do que se pretende e se apregoa inclusive dentro da própria educação brasileira atualmente.

A esposa de Stalin em sua viagem de volta da Europa Ocidental, apregoava que os revolucionários deveriam se apropriar do melhor da educação burguesa. Hoje na China o maior público de música clássica é de jovens de quinze a trinta anos. Na Rússia e em todos os países antes pertencentes a antiga URSS, a formação musical se dava desde o fundamental chegando ao ensino médio para todos os estudantes.

A grande pianista chinesa Yuja Wang, o grande pianista Lang Lang, outros músicos, instrumentistas com por volta de trinta anos, são originários desses países, muitos deles com sucesso e destaque em outros países do mundo, incluindo o Brasil.

Nas chamadas artes plásticas, nas artes visuais, o mesmo se dá, tudo o que é esdrúxulo, passa a ser valorizado, elevado à categoria duvidosa de "arte" e seus produtores, criadores, elevados à categoria de artistas, ainda que sua produção seja crassamente irresponsável, danosa, desastrosa. 

Mas será isso pertinente? algo perceptível pelo senso comum?

Sim: basta irmos a um barzinho, festa, empresa, casa, etc. o frequentemente acontece é se ouvir ou se executar canções que nem fazem mais parte da programação musical da rádio ou é citada frequentemente pela mídia. As canções mais antigas, com maior complexidade temática, poética e musical
são lembradas e dessa forma ouvidas ainda hoje.

Qual a razão disso? inconscientemente a maioria das pessoas, diga-se mesmo a grande maioria, percebe que as canções de períodos anteriores eram de certa forma melhores. E esse fato é tão recorrente, tão perceptível, tão comum que é praticamente inegável.

Talvez além do ativismo ideológico porco feito por grupos em nosso país há a aquiescência da mídia em busca dos números da audiência que tem influência direta no preço e na venda dos espaços comerciais nas rádios e tvs. Dessa forma conquistando os ignorantes, os simples, alcança-se para benefício de quem é muito rico, dono dos meios de comunicação, cujos filhos e família de fato não têm nem de longe os mesmos gostos e sensibilidades, ganhem mais dinheiro ou pelo menos assegure o seu sucesso financeiro de suas empresas de mídia e propaganda.

Nesse jogo, ou quadro maior, alguns vendem literalmente suas almas ao Capiroto mas continuam lucrando como sempre, e até mais que antes. Também a tão propalada e relativizada "Cultura" perde definitivamente o que antes teria sido sua aquisição: qualidade e complexidade!

Por Helvécio S. Pereira*


* graduado em Artes Plásticas, Desenho e História da Arte / pedagogo






















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